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Sejor 2022 chega ao fim com roda de conversa sobre escrita jornalística em tempos de catástrofes

Updated: Apr 30, 2022

Programação desta quinta (28) da Semana de Jornalismo da UFC também contou com roda de conversa sobre a produção do jornal Impressões - Sustentabilidade, realizado por estudantes do curso de Jornalismo da instituição


Por Guilherme Siqueira


Da esq. à dir.: Robson Braga, Sara Café, Alice Sales e Sara Oliveira / Imagem: Lóren Caroliny

Chegou ao fim nesta quinta-feira (28) a 12ª edição da Semana do Jornalismo (Sejor), promovida pelo Programa de Educação Tutorial de Comunicação (PetCom) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ao longo de três dias, o evento, que abordou o jornalismo ambiental, contou com oficina, mesas e rodas de conversa.


A programação desta quinta teve início com uma roda de conversa sobre a produção jornalística diante de catástrofes socioambientais. O momento contou com a presença das jornalistas Alice Sales (Agência EcoNordeste), Sara Café (Instituto Verdeluz) e Sara Oliveira (jornal O Povo), com mediação do professor e vice-coordenador do curso de jornalismo da UFC, Robson Braga.


Em sua fala, Sara Café citou denúncias de crimes ambientais feitas pelo Instituto Verdeluz e que ganham repercussão na mídia e na sociedade. Entre os casos denunciados, estão o descaso com o ecossistema da Sabiaguaba, as ameaças às tartarugas marinhas no litoral do Ceará e o aparecimento de manchas de óleo por todo o litoral do Nordeste em 2019.


O derramamento de óleo no litoral nordestino também foi destacado por Alice Sales. “Esse foi o pior e maior caso de derramamento de petróleo cru no nosso litoral. Não só a natureza, tiveram também pessoas e vidas prejudicadas. É um caso que ainda nem sabemos quais consequências vão ter na saúde e segurança alimentar dessas pessoas”, reforçou a jornalista.


Sara Oliveira trouxe, em sua fala inicial, uma reflexão sobre a posição da informação sobre meio ambiente entre as áreas temáticas de um jornal. “O jornalismo ambiental perpassa diversas editorias de diversas formas. Existe um nicho específico [de jornalismo ambiental] e há uma demanda no jornalismo tradicional para isso, mas a verdade é que ele atravessa vários cadernos”, afirmou.


Sobre a segurança dos jornalistas durante a cobertura de pautas de enfrentamento, Sara Café e Alice Sales reforçaram a importância de se trabalhar em coletivos para o respaldo e a proteção dos colaboradores.


"Eu acho que estar em coletivo também é importante. Quando se está em coletivo, você conhece outras pessoas que têm seus mesmos conceitos, posicionamentos e lutas, e você entende que não está sozinho”, avaliou Café.


Jornal Impressões - Sustentabilidade


O último dia de programação também contou com uma roda de conversa sobre o jornal Impressões - edição Sustentabilidade. Mediada pela professora Eugênia Cabral, a mesa foi composta por Cindy Damasceno, Júlia Duarte e Ingrid Campos, que representaram a equipe que, em 2020, elaboraram o produto.


Uma das produções mais tradicionais do curso, o jornal Impressões é o produto da disciplina do sétimo semestre Laboratório de Jornalismo II. A edição "Sustentabilidade" do jornal foi produzida em 2020, durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de covid-19.


Com mediação de Eugênia Cabral (à esq.), estiveram presentes na mesa Cindy Damasceno, Júlia Duarte e Ingrid Campos / Imagem: Lóren Caroliny

Professora responsável pela disciplina à época, Eugênia Cabral destacou o comprometimento dos estudantes ao trazer a perspectiva direta dos indivíduos afetados pelas pautas do Impressões. "Em nenhum momento, a turma se conformava em chamar o especialista e a associação para falar sobre essas pessoas [tratadas nas matérias]. Tinha que ter as pessoas; tinha que ter o personagem, era o momento de dar voz a essas pessoas que, normalmente, não são pautadas”, disse ela.


Sobre a produção, as convidadas relembraram a dificuldade de acesso às fontes no formato remoto. As editoras do Impressão - Sustentabilidade atribuíram à experiência uma grande carga de aprendizado e liberdade narrativa.


“Eu encerrei o Impressões tendo todo o respeito do mundo por todos os editores da terra. Foi uma das experiências mais malucas por que eu já passei do ponto de vista de trabalho. Eu ainda não tinha essa visão do processo de gerência por trás”, relatou Cindy Damasceno, egressa do curso que, atualmente, atua como jornalista do Valor Econômico.


O momento de conversa acabou com falas sobre as premiações do jornal produzido na disciplina. O Impressões - Sustentabilidade foi vencedor do Prêmio Gandhi de Comunicação, na categoria estudantil de “Mídia Impressa”, e vencedor da etapa regional da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), promovida pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).





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