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No Brasil, não temos comunicação pública”. Assim o presidente da TV Ceará, controlada pelo Governo do Estado, Adriano Muniz, resumiu o painel sobre o tema que aconteceu na tarde da quinta, dia 17 de agosto, no Auditório José Albano, no Campus do Benfica da Universidade Federal do Ceará. A atividade reuniu estudantes, professores e professoras de Jornalismo como parte da Abertura do Semestre Letivo de 2017.2.
Adriano ainda elencou os desafios para a comunicação pública: a falta de orçamento, a gestão participativa, a diversidade na programação e a audiência. Segundo ele, é necessário uma construção social para a conquista da pluralidade e diversidade nos meios de comunicação. A diretora da Rádio Assembleia do Ceará, Fátima Abreu explicitou a situação. De acordo com ela, no quadro funcional da emissora, composta por 30 profissionais apenas um é concursado. Ela lembrou também que, por gerar polêmicas, o quadro “Se eu fosse deputado” foi tirado da grade. Ambos também recordaram a história das emissoras e o esforço para mostrar a pluralidade do povo cearense, na arte, no interior e na periferia.
O jornalista e doutor em Comunicação, Daniel Fonseca, explicou porque toda a radiodifusão deve ser pública. “Há um número limitado de canais o que obriga que seja garantida a participação de todos e todas nas emissoras estatais, comunitárias e comerciais”, disse. Ele também resgatou a história da comunicação pública desde a pioneira Rádio Clube de Pernambuco. Daniel conclamou os e as estudantes ocuparem espaços como Rádio Assembleia, Rádio Universitária, a TV Ceará, a TV Universitária, a TV Fortaleza e as rádios comunitárias. Após as falas dos convidados, os participantes fizeram perguntas e debateram sobre a necessidade de diversidade e pluralidade na comunicação governamental para tornar-se pública.
O painel foi mediado pelo professor Edgard Patrício que ministrará, pela primeira vez, no curso a disciplina de Comunicação Pública. Segundo ele, a gestão participativa é um dos principais desafios da área.